A rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), que começou por volta das 15h30 de quinta-feira (9), entra no segundo dia, nesta sexta (10), sem previsão para encerrar. Dois agentes penitenciários são mantidos reféns desde o início do tumulto.
Equipes do Setor de Operações Especiais (SOE) e da Polícia Militar (PM) estão no local para tentar negociar o fim da rebelião. Pelo menos 80% da estrutura do presídio foi destruída, segundo a PM.
Às 7h40, a PM havia dito que a rebelião poderia terminar em breve. Contudo, meia hora depois, os policiais informaram que os presos não cumpriram o acordo pré-firmado e decidiram não liberar os reféns. Com isso, as negociações voltaram a ser retomadas do zero, segundo a polícia.
Um preso foi morto decapitado, e a polícia suspeita da morte de outros detentos. Um terceiro agente que também tinha sido rendido foi liberado no final da tarde de quinta. O homem sofreu ferimentos na cabeça e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Veneza.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários informou que a rebelião começou no solário da penitenciária. De acordo com o sindicato, os presos que estavam no local escalaram a parede e acessaram o telhado.
Informações preliminares da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) apontam para uma possível briga entre facções. Os nomes delas não foram divulgados. A Sesp informou ainda que não foi feita qualquer exigência por parte dos presos.
Durante a rebelião, outros seis presos ficaram feridos. Segundo a Polícia Militar (PM), eles foram socorridos e encaminhados para unidades de pronto atendimento.
Familiares aguardam do lado de fora do presídio em busca de informações de parentes. Na quinta, eles chegaram a fechar a BR-277 para protestar sobre a falta de notícias, mas liberaram o trecho cerca de três horas depois.
Segundo a Sesp, a PEC foi projetada para receber 1.160 presos. O local não sofre com superlotação, pois conforme os dados oficiais abriga 980 presos.
Transferências
Durante a madrugada desta sexta, 150 presos foram transferidos para a penitenciária industrial de Cascavel e outros 50 foram levados para Cadeia Pública da cidade, que fica em uma delegacia.
Outra rebelião
Em 2014, outra rebelião na mesma unidade deixou ao menos cinco presos mortos e 27 feridos. O motim foi encerrado após 45 horas. Na ocasião, cerca de 80% da estrutura da penitenciária foi destruída pelos presos.
FONTE: G1 PR.