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Dona de Timberland e Vans suspende compra de couro do Brasil

(Foto: Reprodução / VF Corporation)
(Foto: Reprodução / VF Corporation)

Dona de marcas de vestuário e calçados como Timberland e Vans, a VF Corporation afirmou ao G1 na noite desta quarta-feira (28) que não vai mais comprar couro do Brasil.Segundo a companhia, a medida vale "até que haja a segurança" de que os materiais usados em seus produtos "não contribuam para o dano ambiental no país".A empresa, com sede nos Estados Unidos, disse que a decisão resulta de estudos que foram aprimorados a partir de 2017 para garantir que os fornecedores estejam de acordo com seus requisitos (leia a nota na íntegra ao fim da reportagem). No entanto, não foi detalhado por que o material brasileiro não atende a essas regras e nem desde quando a medida está em vigor.O assunto veio à tona após o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que representa as empresas produtoras, escrever uma carta aberta dirigida ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na última terça-feira (27).No informe, o CICB disse ter sido comunicado da suspensão de compras de couro por importadores. Além disso, informou que o cancelamento "foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país".A entidade citou como "exemplos" 18 marcas internacionais que "solicitaram suspensão de compras de couro" do Brasil: Timberland, Vans, Kipling, JanSport, The North Face, Dickies, Kodiak, Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small. Todas elas pertencem ao grupo VF.Porém, na quarta-feira, quando a carta repercutiu, o CICB negou que as marcas tivessem suspendido negócios com o Brasil.Em nota, a associação disse que elas tinham dado um "indicativo de suspensão de pedidos" que "não se confirmou”, e que o fornecimento e exportações continuavam "normais".Após receber a nota da CICB, o G1 entrou em contato com o escritório de comunicação da VF, que fica na Suíça.A empresa respondeu que não seguirá usando o couro brasileiro porque não conseguiu "assegurar satisfatoriamente" que os "volumes mínimos" comprados de produtores do país estejam de acordo os requisitos de abastecimento responsável da companhia.Questionada sobre se a decisão tem relação com as queimadas na Amazônia, como citado na carta da CICB, a VF não respondeu diretamente à pergunta, informando apenas que a decisão foi tomada de forma cuidadosa e é parte de um longo processo. Além disso, informou que a cadeia de fornecedores de couro vem sendo revista desde 2017.O Brasil exporta 80% do couro que produz e tem 50 países entre seus clientes, de acordo com a CICB. De janeiro a julho deste ano, as vendas ao exterior somaram US$ 712,6 milhões, valor 18,5% menor que o do mesmo período de 2018.Os principais destinos foram a China (23,8%), a Itália (17,3%) e os Estados Unidos (16,6%). A VF possui fábricas na China e nos EUA.O Rio Grande do Sul é o maior exportador do produto, com 26,2% dos embarques, seguido por São Paulo (16,2%), Goiás (14,2%) e Paraná (13,2%).

Leia a íntegra da nota da VF Corporation

Em nossos negócios, a VF desenvolve e implementa políticas para alinhar nossas decisões de negócios com o Propósito da VF de empoderar movimentos de estilo de vida ativo e sustentável para a melhoria das pessoas e do planeta.Por muitos anos, a VF Corporation e nossas marcas implementaram políticas de abastecimento que mantém os valores da VF a respeito de matérias primas. Desde 2017, nós aprimoramos nosso abastecimento global de couro através de estudos para garantir que os fornecedores de couro estejam de acordo com nossos requisitos de abastecimento responsável.Como um resultado desse estudo detalhado, não conseguimos assegurar satisfatoriamente que nossos volumes mínimos de couro comprados de produtores brasileiros sigam esse compromisso. Sendo assim, a VF Corporation e suas marcas decidiram não seguir abastecendo diretamente com couro e curtume do Brasil para nossos negócios internacionais até que haja a segurança que os materiais usados em nossos produtos não contribuam para o dano ambiental no país.

Fonte: Portal G1

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